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Nasci em Belo Horizonte, ou melhor, em Santa Tereza. Numa casinha antiga em Santa Tereza. Uma casinha antiga com um quintal de terra que me parecia enorme! Nesse universo, descobri a imaginação.


Não queria ir pra escola. Meu mundo era muito maior! No meu quintal, havia histórias, personagens, cenários... Resisti, chorei, chorei, resisti. Repeti meu 1º ano escolar por isso, aos 3 anos de idade. Ou seja, minha 1ª experiência com a escolarização foi a reprovação, simplesmente porque achava o Jardim no meu quintal, natural e desordenado, mais interessante que as atividades do jardim de infância.


Não sei exatamente quando fiz as pazes com a ideia de ir para a escola, mas passei a gostar de estar ali, muitas vezes com um frio na barriga antes de ir, mas motivada por uma curiosidade em relação ao que poderia acontecer ao longo das horas que passaria naquele lugar.


Um lugar que pode ser vivo, e que, embora organizado a partir de uma rotina, todos os dias lida com o fato de que algo pode escapar ao previsto e demandar uma invenção. Há sempre um ponto de impossível na educação, como disse Freud, e é esse impossível que abre espaço para todos os possíveis. Percebi que esses possíveis são o que me motiva a estar nesse espaço.


Hoje sou professora na Faculdade de Educação da UFMG, onde também me tornei mestre e doutora em educação, e desenvolvo atividades de pesquisa, ensino e extensão em diálogo com as artes, em especial o teatro, e a psicanálise, com foco nos sujeitos que a escola historicamente excluiu e ainda insiste em excluir, os quais certamente têm seus modos próprios de aprender, de ser e de estar, relacionados aos seus próprios quintais.

 

Para saber mais sobre os desdobramentos disso tudo:
http://lattes.cnpq.br/6650731475010379

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