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ATA GRUPELHO – 11/03/2015

 

Nossa primeira reunião do ano de 2015 foi realizada na Sala de Reuniões do DECAE e estavam presentes: Renata, Nilo, Carla, Juliana, Ayany, Raquel, Ana, Lucas e Léo, Bernardo chegou no final.

Por motivo de incompatibilidade de horários, ficou decidido que nossas reuniões voltarão a acontecer às sextas, no Espaço do Conhecimento da UFMG, na Praça da Liberdade, de 18h às 21h, nesse semestre. Para o próximo, vamos ver se conseguimos um horário que seja melhor.

Depois da apresentação de vários livros, como possíveis para nossos estudos, ficou definido que estudaremos alguns capítulos do “O avesso do Niilismo – Cartografias do Esgotamento” de Peter Pál Pelbart, da editora n-1. Cada um de nós será responsável por um capítulo (embora não vamos dar conta do livro todo, que tem mais capítulos do que número de reuniões no semestre). A ideia é que todos leiam os capítulos que serão estudados, conforme tabela de cronograma abaixo, mas que aquele que ficar responsável, traga elementos para enriquecer a leitura, como pesquisa sobre coisas mencionadas no capítulo, tratamento mais intenso de determinados conceitos que se creia importante, coisas relacionadas ao assunto, etc.

 

  • 27/03 – Vida besta, vida nua, uma vida (Agamben) – Ayany

                     – Esgotamento e criação (Tosquelles – Becket – Deleuze) – Renata

  • 10/04 – O bacilo da Vingança (Deleuze) – Lucas

                     – Capitalismo e niilismo (Lyotard, Lazzarato, Preciado) - Nilo

  • 08/05 – Experiência e abandono de si (Foucault) – Ana

                      – Subjetivação e dessubjetivação (Agamben/Foucault)- Keka

  • 22/05 – O ato de criação (Rancière – Agamben – Zourabichvili)        - Juliana

Como o livro não é muito fácil de ser encontrado e é caro, eu digitalizei para nós os dois primeiros textos, segue em anexo, junto com o índice do livro. Léo e Luciana podem escolher algum capítulo, que quiserem, para apresentar nos dias que estão vagos. O Nilo também pode não aceitar a sugestão e escolher outro, o sugerido foi pensada porque tem o Lazzarato. Conforme escolherem, já avisem, não é necessário esperar até a próxima reunião.

Um abraço

Carla

 

ATA GRUPELHO – 27/03/2015

Na última sexta-feira, reunimo-nos no Espaço do Conhecimento para estudarmos e discutirmos os textos “Vida besta, vida nua, uma vida” e “Esgotamento e Criação”, ambos de Peter Pál Pelbart, do livro O avesso do niilismo – Cartografias do esgotamento. Ayany apresentou o primeiro e Renata o segundo texto.

Estiveram presentes: Renata, Juliana, Keka, Ayany, Ana, Léo e Carla.

Além disso, terminamos de organizar o cronograma do semestre que ficou da seguinte forma:

  • 27/03 – Vida besta, vida nua, uma vida (Agamben) – Ayany

                     – Esgotamento e criação (Tosquelles – Becket – Deleuze)- Renata

  • 10/04 – O bacilo da Vingança (Deleuze) – Lucas

                     – Capitalismo e niilismo (Lyotard, Lazzarato, Preciado) - Nilo (sugestão)

  • 24/04 – Pensar as atividades a serem feitas no Espaço do Conhecimento e comemorar o aniversário da Ayany.

  • 08/05 – Experiência e abandono de si (Foucault) – Ana

                      – Subjetivação e dessubjetivação (Agamben/Foucault)- Keka

  • 22/05 – O ato de criação (Rancière – Agamben – Zourabichvili) – Juliana

                     – Acreditar no mundo (James – Lapoujade) – Léo

  • 05/06 – Pensar as atividades a serem feitas no Espaço do Conhecimento.

  • 19/06 – Da polinização em filosofia (Deleuze) – Luciana

                    – Happy Hour

 

Essas atividades dos dias 24/04 e 05/06, são referentes a duas intervenções que faremos no Espaço do Conhecimento, é uma “troca” por estarmos utilizando o lugar para nossas reuniões, mas que também vem de ao encontro das expectativas de colocarmos os estudos do grupelho em ação. Sendo assim, faremos uma intervenção com o público e outra com os monitores, aquelas devem dialogar com os textos. É importante que cada um de nós traga ideias, para que a reunião seja suficiente.

Peço também que enviem os dados e informações para o site, é apenas isso que está faltando para concluirmos a criação do mesmo, que já está muito atrasada.

Abraços,

Carla Char

 

ATA GRUPELHO – 18/09/2015

Presentes: Ana, Ayany, Juliana, Keka, Leo, Lucas, Luciana, Marcelo e Renata.

Começamos a reunião às 09:30

Abrimos a reunião falando do texto de Latour, sobre a questão do corpo. Juliana falou sobre ter gostado da leitura, do desvio da relação sujeito-objeto enquanto substâncias distintas. Renata comenta a não tentativa de superação da clássica dicotomia corpo/alma. Lucas lembrou a relação que Latour faz com a política, com o biopoder, com a necessidade do bio-contra-poder. Renata citou os vários anunciares, corriqueiros, das novas formas de vida, vivência, mas da dificuldade de enunciá-las, de fato. Lembrou também a dificuldade da teoria e prática da filosofia, do que se pensa e o que se faz, efetivamente, no dia a dia, relacionando tal pensamento com um artigo escrito esse ano. Destacou, ainda, o foco de Latour no fato de que Stengers propõe uma visão da ciência e da relação com o corpo que, apesar de quebrar um sistema anterior, também é normativa. Luciana lembra o Foucault tardio, de uma filosofia que é viva, prática, não puramente teórica por necessidade. Renata lembrou o cínico e o termo vida, em Nietzsche. Lembrou também o mais do mesmo que é produzido no meio acadêmico, em geral, uma máquina de reproduzir a si própria, mesmo que com um discurso contrário. Leo elogiou o texto, a forma como se estabelece um estudo normativo da ciência, uma nova-ciência, diferente, mas que não perde seu rigor normativo. Renata destaca o corpo como um processo, como um aprender, uma destituição de fundamentos, um ficar mais interessante. Leo cita a relação do interesse com a ciência bem articulada, da obediência das ciências humanas, da normatividade padrão e constante das ciências, dos laboratórios que nunca explodem, citando o texto. Renata indicou a diferença do agir no processo de ser afetado, a diferença entre ser atingido e ser afetado, do processo de aprender a ser afetado, da cyborguização do corpo com o kit. Comentou o momento anterior ao treino com o kit, em que os alunos não são afetados no agir, do pertencer do kit ao corpo no processo do agir, de entrar em movimento, do não ser mais possível agir da mesma maneira. Se você é afetado, não se pode mais retornar ao momento anterior. Luciana destaca a relação de actantes e atores, da relação ontológica, de Latour, da eliminação do objeto, mas também do sujeito, da atenção à relação que se estabelece e modifica ambos os polos dela mesma.

Falamos de A. North Whitehead, que propõe uma filosofia em processos, que se relaciona com o rizoma, na superfície, de uma realidade composta de processos que se relacionam entre si, que divergem da existência de parcelas materiais independentes umas das outras. Keka contou um evento ocorrido em sala, de um aluno que falou de um documentário: “Truques da mente”, sobre mágica no sentido de truque, sobre o quanto a nossa mente está programada para perceber algo, sendo que ela própria já se cria dentro de seus próprios limites projetados. Lucas relata duas dificuldades no texto, do adquirir o corpo e do treinamento ao kit de odores, do treinar que torna possível perceber o violeta como violeta. Lucas pensa que treinamento passa por um processo totalitário, normativo, que se distancia da imanência. Renata opina que a superação da dicotomia clássica é vaga, Latour estabelece, sim, um processo normativo do treinamento e adquirir do corpo. Fala-se, sim, de ordem, mas no sentido em que o momento posterior ao treinamento não é preso a um único universo de odores, de que o treinamento não é um só, idêntico a todos e livre de uma avaliação padrão. Lucas ainda pensa que esta relação é dual, pensa no adquirir um corpo como uma noção estranha. Falou sobre capitalismo cognitivo utilizando deste treinamento, Renata indicou que o treinamento do capitalismo é afunilado, visa um único resultado, diferente do que propõe Latour. Leo lembra a ciência como um ampliar das possibilidades de ver o mundo, de perceber as diferenças. Lucas pensa melhor em articular o corpo, ao invés de treiná-lo. Renata pensa em um estar de outra maneira, mesmo que no mesmo lugar.

Lucas falou sobre o corpo inflexível, que não se toca e não age, relacionou à música, lembrando Foucault e Chomsky. Indagou se o treinamento, obrigatoriamente, exige uma objetividade. Juliana lembra que, em francês, uma das traduções de treinamento seria força e impulsão, o que poderia distorcer, mesmo que pouco, o texto. Leo fala do movimento contrário do modelo de Stengers, de uma tentativa de não reduzir o próprio mundo e suas possibilidades por meio da tentativa de simplificar as explicações de mundo, que é própria da ciência tradicional, do perigo do reducionismo.

Renata falou também da crítica de Latour a Wittgenstein, indicando o erro que seria delimitar que o que não se pode ser falado deve-se ser calado. Da crítica a um idealismo, próximo de Kant. Lembrou-nos da ontologia, de Deleuze, das relações. Do real e o construído como sinônimos. Do ser, sistematicamente, treinado para obedecer, no sentido de obedecer à regra do um ou outro, da necessidade da resistência ser um treinamento impactante, fortemente desconstrutivo. Luciana falou da possibilidade de resistência no desapegar-se ao que temos impregnado em nós, no sentido de estarmos contaminados por regras normativas da forma de pensar. Juliana lembrou da infância como potencialidade, Ayany lembrou Agamben, onde a infância é um “momento anterior” ao conhecimento adquirido e formatado, um ciclo não formatado, não pré-significado. Enfatizou, também, o uso da palavra “tautologia”, usada no texto. Renata comentou a tentativa do homem de falar sobre as coisas, redundante, apenas tautológica, que consegue fazer. Juliana retomou o termo multiverso, Renata indicou o mundo múltiplo, não múltiplos universos. Um multiverso que registre todas as articulações, que seja feito de hábitos. Fala-se do multiverso, não uma unificação feita sem cuidados, do mundo. Juliana perguntou sobre o uso do termo hábitos, Renata citou Hume, no colocar na essência das coisas, por indução, uma relação e pensá-la, por hábito, como pertencente à essência da própria coisa. Lembrou-nos também a lógica da co-implicação, que supera a dificuldade da lógica clássica de tratar o mundo, ambíguo como é, destacando a tentativa de Latour de entender o corpo como espécie de rizoma. A cada nova conexão, muda-se de natureza, uma essência que está sempre devindo.

Falamos também da dinâmica, atividade proposta pelo grupelho, para a semana do conhecimento, assim como da produção do vídeo. Da hipótese de linkar ambos os trabalhos, talvez. De comunicar o Nilo sobre a ideia, de pensar o roteiro do vídeo, rizomar as diversas siglas, que era a ideia inicial da dinâmica do grupelho, já que todos concordam em achar confuso o sistema e a quantidade de siglas dentro dos departamentos da universidade.

Retomamos, em um último momento da reunião, a ideia do vide-verso e colocamos Leo e Luciana a par. Destacamos que é uma dinâmica que movimenta o sujeito afetado, que não doutrina ou dogmatiza sobre ele, mas que passa de repente e toca, incomoda e vai embora. Sendo esta somente uma ideia inicial, precisamos definir detalhes mais objetivos, como local, forma de distribuição e etc. Juliana lembrou o comentário do Leo, sobre a intervenção aumentar a potência do outro, nunca limitar ou segregar, frear. Comentamos que a dinâmica se opõe, comicamente, ao imperativo dos slogans. Renata comentou a agonia da dinâmica não virar prática, mesmo com toda a dificuldade no planejamento desta. Juliana expôs a necessidade de se sentir tocada pela dinâmica, da dificuldade de ser tocada por tal ideia de dinâmica. O grupo pensou em adequar a dinâmica à necessidade exposta, de talvez selecionar melhor as frases do vide-verso. Ficamos combinados de trazer, para a próxima reunião, alguma ideia para o panfleto, para o processo de polinização. Ex.: ideia do Leo do “sorria, você está sendo ________”, também a ideia do cartão do filósofo, Luciana contou dos pianos espalhados por BH, da sapateira de livros, do anúncio do filósofo em jornais.

Luciana falou sobre um amigo, Francisco Ângelo Coutinho, do Departamento de Ciências, biólogo, mestrado em Filosofia e doutorado na FaE, que poderia ser relacionado com a discussão que fizemos hoje, porque coordena um grupo de estudos sobre Latour. Renata vai entrar em contato com ele e combinar algo.

 

Ficou combinado para a próxima reunião, dia 02 de outubro, de cada um escrever ou outras formas de texto e meios, algo das ideias de Latour que tenha tocado, movido, disposto a agir e pensar. Uma coisa de 5 minutos, 10 minutos, uma eternidade. Que isso seja previamente enviado para o email do grupelho.

 

Encerramos a reunião às 12:12.

Próximas reuniões do grupelho:

Outubro: 02, 16 e 30.

Novembro: 13 e 27.

 

ATA GRUPELHO – 02/10/2015

Presentes: Ana, Ayany, Juliana, Keka, Lucas, Marcelo, Renata e Francisco.

Começamos a reunião às 09:50

Francisco se apresentou e falou sobre sua carreira, assim como sua formação e atuação, brincando com seus projetos e “gambiarras”, segundo ele próprio. Contou-nos também a história de Latour, falando sobre seu percurso. Destacou o papel dos objetos na cognição e aprendizado, ponto em que converge com o pensamento de Latour. Citou algumas referências, como Graham Harman, quando perguntado.

Contamos ao Francisco sobre a leitura do texto do Latour, autor que ele estuda desde a década de 90, assim como falamos sobre nossa ideia de polinização da filosofia, da ideia do projeto de extensão. Começamos, então, a falar sobre o que cada um escreveu sobre o texto lido, ideia proposta na reunião passada. Dos sujeitos inarticulados, lembrando dos ratos, Francisco citou as bactérias que “fazem chuva”. Falamos sobre a questão da ocupação das cidades, dos conflitos de ocupação, do Latour que aprende e utiliza o termo gambiarra, do Ser-Rio do vídeo do Lucas, da pedra da montanha, ou do rio, que são a mesma.

Francisco cogitou a fazermos encontros de exposição entre os grupos, dele e do grupelho. De falarmos sobre as relações humanas e não-humanas. Pediu desculpas e disse que teria que se retirar mais cedo, agradecendo a oportunidade de participar, o grupo agradeceu sua participação.

Renata lembrou-nos do filme de animação japonês Viagem de Chihiro, também a questão do texto da Keka, dos remédios, da inércia. Da desarticulação e não efetuação dos corpos, do momento da enunciação e de efetuação do discurso, da vivência. Da desarticulação dos sujeitos que não se jogam no mundo, que são sujeitos que querem ser fixos e ficam distantes dos objetos. Da não explosão dos laboratórios de ciências humanas. Da angústia contemporânea e dificuldade, impossibilidade de se saber o que é, de saber o que se vai ser. Da falsa impressão de muita possibilidade, uma flexibilidade já programada, já determinada. Da flexibilização programada do intolerável. Lembramos da constante busca tautológica de verdades fixas em mundo caótico, da conformação do corpo em algo fixo, de um sujeito essencial, igual.

Lembramos também a questão do vídeo a ser produzido para a semana de pesquisa da FaE, de nos organizarmos para a produção de acordo com a programação.

Em um último momento, Renata falou sobre a ideia do que faremos com as produções, da possibilidade de publicarmos, no site do grupelho, os textos produzidos para essa reunião. Keka, Ayany e Marcelo autorizam a publicação, Lucas, Renata e Juliana precisam modificar, Ana irá fazer e enviar, mas autorizou.

Renata sugeriu escolhermos um ponto interessante, para falarmos, dentro do que foi produzido para esta reunião, um tema, uma ideia, uma citação. Decidimos, para a próxima reunião, fazer o movimento contrário dessa: a partir de um mesmo trecho do texto de Latour, cada um vai produzir um algo seu. Final da página 46:

 “[...] o multiverso designa o universo liberto da sua prematura unificação, é tão real quanto o universo, mas enquanto esse só consegue registrar as qualidades primárias, o multiverso registra todas as articulações [...]”

Encerramos a reunião às 12:03

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